"So eu sei as dores e as delícias de ser quem sou"
O “ser”
alguém é complicado e desgastante, ao mesmo tempo estigante e motivador.
O caminhar
na trilha rumo ao “nosso lar”. A construção do edifício que aqui se apresenta
de carne, ossos e desejos. E relações. Internas e externas. Com você e comigo.
Pessoas, objetos e abstratos. Loucuras e normalidades. Prazer e dor. Amor e
ódio. Razão e emoção.
E “n” coisas
mais.
Eu sou o que idealizo por intermédio do meu corpo. Eu me
utilizo dele para alcançar minha própria realização. Para ser reconhecido pelo
Outro. Ser amado. E por consequência, as vezes, odiado. Sou puro instinto. Pura
libido. Desejo.
A vontade é o que nos move. “Move montanhas”. Só para
alcançar o ápice. O gozo. Concretizar a tão querida e amada satisfação.
Eu sou o corpo.
Eu tenho o corpo.
O princípio do dualismo. É. Aquele que se pode ter o
significado encontrado em algum dicionário esquecido numa estante. Ou numa
mesa. Ou quem sabe até no nosso querido e amado Google:
Dualismo: sm. Doutrina que sustenta a existência de dois princípios básicos e
opostos, como os do bem e do mal.
Fonte: Dicionário de Lingua Portuguesa – Sérgio Ximenes
Eu
transformo esse dualismo em indivisível. Não quero refletir dois pólos
distintos.
Quero ser o
todo. Mente e corpo.
Uma peça
ajustável.
Uma
metamorfose ambulante.
Apesar de ser
reconstruído a cada momento, sendo transitório ou não.
Como já
dizia o poeta Lulu Santos: “Nada do que foi será de novo, do jeito que já foi
um dia”.
Desejo ser
como um rio que flui.
Com suas
águas em movimento. Que nunca são as mesmas a cada minuto.
Minha
presença no mundo é corporal.
Através
deste meio, saboreio e absorvo as “peças” assim necessárias, para montar o meu
enigmático quebra-cabeças.
Me lanço de
prontidão. E retenho o que me convém.
Como resultado
descubro o Outro. E me descubro.
O mundo me
alimenta.
O Outro me
alimenta.
E assim
faço. É recíproco.
Mútuo.
Fonte da imagem: http://www.carlwarner.com/otherscapes/
Fonte da imagem: http://www.carlwarner.com/otherscapes/
Texto lindo, que nos faz querer ler, reler e voltar mais uma vez pra dá uma olhada. Acho que você devia ler esse texto na aula do professor Tarciano.
CARAMBA!! adoreeei o textoo! parabéns!!!
Parabéns Brunnelly, seu texto ficou poético, convidativo. E me remeteu completamente ao texto "Adeus ao corpo" onde discuti-se a relação do homem com seu corpo.
Afinal, quantas vezes construimos, desconstruimos, formulamos e desfazemo-nos em nosso corpo? Se sentindo e posicionando-se como senhorio de si, a fim de alimentar-se de si no outro?!
Não que esteja me posicionando como se este fato fosse negativo, até porque ele é necessário (Como pudemos aprender na matéria de "Infância" que passamos a ser através do Outro) mas em alguns casos esse "ver-se no outro" pode sair um pouco do controle, como se o indivíduo literalmente vivesse através e para o outro.
Assim, podemos observar quão importante é a discussão deste tema para nossas vidas e posicionamento profissional.
Mais uma vez, parabéns pelo texto, a fotografia ficou perfeita!
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