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Um breve convite a uma reflexão sobre à morte


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       É fato que dadas as atuais circunstâncias e os ideais de nossa sociedade pós-moderna a morte enquanto assunto a ser discutido e principalmente posto à reflexão torna-se um tabu. Algo impronunciável, exclusivo apenas para órgãos específicos que tentem amenizar a angústia caracterizada pelo não-conhecimento do que realmente acontece após a morte.
      Acredito que todas as pessoas em algum momento específico de suas vidas se depararam com essa questão: “Afinal, o que acontece depois que morremos?”. Obviamente, assim como os demais, não me encontro em posição de definir ou apontar possibilidades de uma vida pós-morte ou de um fim inquestionável. O que está sendo proposto discutir neste texto é a maneira como enxergamos e o que pensamos sobre esse assunto, que independente de ser um fim ou um começo é uma das poucas coisas das quais teremos certezas, partilhada por todos os povos. Todos iremos morrer algum dia.
     De antemão, gostaria de indicar aos leitores que sintam-se instigados sobre este tipo de assunto, pesquisar e se aprofundar mais aos ensinamentos da Tanatologia (estudo da morte) e suas diversas contribuições para os mais variados campos da Psicologia. Muito bem, primeiramente gostaria de lançar um ponto de reflexão sobre o que exatamente é a morte e será mesmo que ela é tão maléfica quanto mencionado no atual contexto social pós-moderno? Se pretendermos seguir os preceitos psicanalíticos ditados por Freud poderíamos absorver o pensamento do desejo de pulsão Thanatos, oposto de Eros, caracterizado pela pulsão de morte. Esta, estaria conosco durante todos os mínimos acontecimentos de nosso dia a dia, tal qual saciar a fome após um almoço (matando assim o desejo de se alimentar), dentro deste contexto a morte seria uma predisposição para o desejo pela vida, uma vez que se alimentar constitui um fator básico de sobrevivência. É claro que metaforizando o termo morte e colocando dessa forma ela se torna mais benéfica do que quando pensamos em algum ente querido que tenha falecido de forma trágica por exemplo.
        Justamente a este segundo aspecto sobre a morte, o de interromper uma vida tragicamente é que gostaria de focar no discurso deste texto. A morte aqui seria tida como arrasadora e destruidora de possibilidades na vida deste sujeito, ainda mais se pensarmos que este mesmo poderia estar incluído em um processo significativo para os preceitos sociais, como noivar, conseguir uma vaga em um bom emprego ou iniciar um tratamento para uso de drogas. Neste contexto, para o campo do senso comum, a morte seria “injusta”, uma vez que estes sujeitos não tiveram a oportunidade de aproveitar estes momentos de reformulação pessoal, se é que podemos chamar assim. Ao analisarmos este discurso, observamos que o principal argumento em questão é o fato deste processo de grande enfoque para a sociedade não aconteceu na vida deste sujeito. Tornando-o de certa forma inconcebido enquanto presente nesta sociedade.
        O que é lamentado, não é o fato do sujeito ter morrido, mas sim, o de ter morrido sem antes ter realizado ou passado por esta reformulação. Sendo assim, parafraseando um professor da universidade pode-se dizer que a morte seria vista como uma grande possibilidade que impossibilite outras possibilidades de nossas vidas. Ou seja, algo capaz de atravessar as nossas expectativas para o futuro e torná-las incapazes de se concretizarem. E é este o aspecto que tanto nos assusta ao pensarmos na morte, passamos tanto tempo planejando metas e cumprindo tarefas que nos sobrecarregam a fim de almejarmos uma vida próspera no futuro, que nem nos damos conta de que talvez este futura possa nunca acontecer. Esquecemos do presente, anulamos o aqui e o agora em prol de um discurso que preza a competição, a obtenção de um futuro prazer. Gostaria de esclarecer que a minha intenção não é a de fazer as pessoas pensarem que deveriam parar de pensar tanto no futuro, mas sim que elas deveriam focar no que está acontecendo ao redor delas agora, aproveitas aqueles pequenos momentos de felicidade em um dia a dia <sei que pra muitos dizer isso, já se tornou um clichê, porém não desmereço em nada este pensamento>. Creio que dessa forma, quando chegar o dia de sua morte essa pessoa será lembrada como alguém que viveu intensamente e que soube aproveitar o tempo que lhe foi oferecido. Novamente, repito ao final o que pedi para você, caro leitor, no início deste texto.
Se você gosta deste tipo de assunto, pesquise, sinta-se motivado por este estudante de Psicologia que vos fala, leia bastante. Porque quem lê, consegue sonhar, mesmo de olhos abertos.


Sobre o Autor:
Douglas Santos Estudante (Apaixonado) de Psicologia na Universidade do Vale do Ipojuca, leitor de crônicas, fã de Game of Thrones e adorador de música eletrônica. Um bom conjunto de graves, um fone de ouvido acolchoado e um lugar pra descansar é tudo o que preciso para me sentir calmo e tranquilo. Não entro em algo que eu não saiba que vá ganhar, perder, definitivamente não está no meu vocabulário. Minha frase preferida não vem de um poeta e talvez (com certeza) não vai te fazer nenhum sentido, a não ser que você já tenha visto milhares de pontos brancos como a neve, sob raios de sol verdes em uma noite clara de lua cheia. “Eu quero viver dias melhores”.

2 Comentários:

Unknown disse...

Pois é Douglas gostei das linhas em que vc colocou a morte no sentido de saciar a vontade ,como matar a fome e tal ,mais realmente a morte em si no sentido de perca de um ente ou de outra coisa que nos pertence ,é um assunto com muitos tabus ainda ,acredito que ligam muito no sentido espiritual (inferno ou céu ) desnecesariamente .

Unknown disse...

"a morte seria vista como uma grande possibilidade que impossibilite outras possibilidades de nossas vidas.", mas assim como aprendemos, estar diante da morte pode ser também a grande possibilidade de nos darmos conta de que estamos vivos e precisamos viver. Parabéns pelo texto, muito boom :D

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