Poderíamos dizer que tudo temos, mas ao mesmo tempo tudo nos falta.

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A violência sempre foi tema dos telejornais, das capas de revistas e dos jornais. Agora, em cena, atinge a população em massa. Principalmente no Estado de Pernambuco que no momento está desarmado pela lei e armado pela bandidagem. Vai ter copa? Claro que vai. As manifestações começaram tarde demais pra isso. Não que venha ao caso, até porque faz parte da nossa cultura, o futebol. Mas o que está por trás dessas manifestações é toda uma indignação pela lavagem de dinheiro público em obras superfaturadas, enquanto coisas mais importantes como saúde, educação e SEGURANÇA PÚBLICA estão sendo massacradas pelo sistema político brasileiro. Enquanto os políticos do nosso Estado estão preocupados com as eleições presidências, o pobre assalariado e até mesmo aquele que tem uma condição de vida melhor está sendo assaltado nesse momento (sim, a todo momento) e não é exagero da minha parte. Até porque a violência não escolhe classe social.

Com a grave da Policia Militar de Pernambuco o que se instalou em nossas cidades foi o caos. Comércio fechando, pessoas com medo de sair de casa à noite, roubos e furtos sendo noticiados a todo instante e o medo sendo espalhado por aí. Os agentes policiais merecem sim o que estão cobrando. Aliás, quem não? Salário digno é de direito de todo trabalhador.

Diante dessas paralisações o que nos chama atenção é a desorganização do nosso país. Poderíamos dizer que tudo temos, mas ao mesmo tempo tudo nos falta. Falta caráter dos líderes dessa nação, falta respeito, educação da própria população que prefere assistir tudo pela tv e na hora de cobrar e de exigir mudança, se vende por uma cesta básica. Falta saneamento básico, falta escola, falta cultura, falta informação, e, o mais importante está nos faltando: amor ao próximo.

Já diria Maquiavel nos discursos sobre a primeira década de Tito Lívio:

 "Não é a violência que restaura, mas a violência que arruína que é preciso condenar."

Segundo Jurandir F. Costa  "a violência invadiu todas as áreas da vida de relação do indivíduo: relação com o mundo das coisas, com o mundo das pessoas, com seu corpo e sua mente." (5, p. 96). E, no entanto, o discurso sobre violência na atualidade ainda permeia pela visão pseudo pacifica da situação. Na matéria publicada no site O Globo sobre o mapa da violência em 2013,o Brasil mantém taxa de 20,4 homicídios por 100 mil habitantes. Apontando Alagoas, Maranhão, Espírito Santo, Pará e Bahia sendo os estados com os piores índices de violência. Os dados nos mostram que a situação é mais complicada do que a imaginada. E debater sobre violência se torna cada vez mais necessário para que haja no seu sentido mais pleno, a paz na sociedade. Segundo outro dado importante do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na pesquisa (iniciativa vida melhor) apontou que 7,9% das pessoas entrevistadas em 2013 relataram terem sido vítimas de assaltos nos 12 meses anteriores. Os números só aumentam a cada ano. E a pergunta que fica é: De quem é o problema da violência ? Os números são claros e mostram que a violência no nosso país é alarmante. Não estamos falando de um tema contemporâneo e com soluções rápidas. Esse problema no Brasil é antigo e ainda precisa de muitas mudanças.

Para a Psicóloga social Ana Bock, a agressividade é constitutiva do ser humano e a cultura assume um papel importante como reguladora dos impulsos destrutivos do homem. Segue outra indagação: Sendo a cultura reguladora dos impulsos destrutivos do homem, pensando nos aspectos de acesso à cultura, de quem é a culpa da violência no Brasil ? Tomando como relfexão inicial, foi debatido sobre a paralisação dos agentes policias militares e a consequência desse afastamento nas ruas das cidades de Pernambuco.O homem continua sendo civilizado a todo instante. A lei  tem esse papel de cessar a violência no homem e, quando se torna ausente, causa transtorno na vida dos indivíduos.  Para conter a violência é preciso implantar a cultura. Para amenizar os problemas atuais de agressividade humana é preciso educação. Em terra sem lei todo mundo é rei. E rei só pode existir um em cada reinado. Portanto, lutar para que todo indivíduo tenha acesso à cultura e educação é lutar para que haja menos índices de violência e mais seres pensantes e educados. 

Sobre o Autor:

Estudante de Psicologia da UNIFAVIP. Poeta nas madrugas, fã de Belchior, Game of Thrones e Fernando Pessoa. Sempre preciso dormir mais do que o necessário, caso contrário, meu humor passa a ser afetado. Frase favorita: "Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido." Fernando Pessoa.