Faces da Tristeza: Uma visão psicanalítica
Durante a nossa vida nos deparamos com várias situações de perda, das mais variadas causas, que nos provocam tristeza e angústia, convertendo-se num estado de luto ao qual enxergamos de uma maneira negativa, tendo em vista o sofrimento vivido nessa fase, porém, a elaboração deste luto é um processo natural e extremamente necessário para que nos desliguemos do objeto perdido e possamos reinvestir nossa energia libidinal em um novo objeto.
Na fase do luto, o sofrimento vivido pelo indivíduo tem uma causa externa, definida e consciente, ou seja, a pessoa sabe o real motivo pelo qual esta sentindo tamanha tristeza que lhe bloqueia para o convívio e investimento no mundo social, e por conta dessa identificação, com o passar do tempo, mediante um processo natural, esse sofrimento é superado e aos poucos ocorre a substituição desse vazio através de novos significados. Para o psicanalista Sigmund Freud, essas mesmas influências produzem em algumas pessoas, a melancolia, que é uma condição patológica do sofrimento. Mas, como saber se o sofrimento que estamos vivenciando configura-se como luto ou melancolia?
Freud vai dizer que, a principal diferença entre o luto e a melancolia é que no luto não há a perturbação da autoestima, ao contrário da melancolia.
(Google imagens)
No processo melancólico o indivíduo sofre, assim como no luto, de uma tristeza e angústia profunda, porém a causa é interna, desconhecida. Além do isolamento perante o mundo social, há uma diminuição da autoestima, o foco se volta para críticas pessoas, desanimo profundo, sentimento de culpa, gerando uma auto punição perturbadora. Freud enfatiza a diferença do luto e da melancolia dizendo que no primeiro, perdeu-se o objeto amado e no segundo, houve a perda do eu.
"a melancolia esta de alguma forma relacionada a uma perda objetal retirada da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada existe de inconsciente a respeito da perda." (FREUD, Sigmund, 1917)
Podemos concluir que o luto é um processo necessário à nossa evolução, tendo em vista que as nossas relações objetais são inconstantes e mutáveis, repercutindo em outras, novas e improváveis. No que diz respeito a melancolia, suas características revelam um estado patológico que , se não tratado adequadamente, pode progredir para processos mais severos.
"A tristeza é o ponto de partida, para um novo estado de felicidade." (Zé Gomes)
REFERÊNCIA: Freud, Sigmund. livro, LUTO E MELANCOLIA.



Parabéns pelo belo texto...enquanto lia me lembrei bem dos meus parentes que já perdi!!
Raí Ramos: Muuuuuuito bom Manu, adorei o texto, parabéns.
Realmente é muito dificil aceitar a perda, principalmente ser for de ente querido,todo mundo ja passou por isso,mas é necessário que haja o luto para que posamos nos desprender dessa grande perda. A angustia faz parte desse processo,pois a parti do momento que perdemos algo, a angustia, a triste tomam conta de nós, pois estamos em um momento frágil cabe a nós sermos forte diante desses acontecimentos, pois mais doloroso, triste que seja.
por mais que a gente estude e tente ver morte ou a perda como algo normal, nunca é fácil elaborar o luto.
A impressão de termos sido roubados. A falta de alguém a quem depositamos e investimos grande afeto. É, a morte traz consigo um turbilhão de sensações: tristeza, culpa, sentimento de ausência (como se houvesse um vazio)... Concordo com todos os outros comentários, por mais que tenhamos conhecimento sobre esse processo, nunca é tão fácil aceita-lo.
Muito bom esse texto, pois é de grande importância saber identificar, bem como, diferenciar o luto da melancolia. Parabéns!
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